ATA DA DÉCIMA SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 11.05.1995.
Aos onze dias
do mês de maio do ano de mil novecentos e noventa e cinco reuniu-se, no
Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto
Alegre. Às dezessete horas e quinze minutos o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear o Dia das Mães,
de acordo com o Requerimento nº 25/95 (Processo nº 128/95) de autoria do Vereador
João Dib e aprovado pelo Plenário. Compuseram a Mesa: o Vereador Mário Fraga,
1º Vice-Presidente em Exercício da Casa, a Senhora Lina Targa, representante da
Procuradoria Geral de Justiça do Estado, o Senhor Harold Behrends, Presidente
da Associação Cristã de Moços - ACM, e o Vereador Paulo Brum. A seguir, o
Senhor Presidente registrou a presença de diversas mães no Plenário, concedendo
a palavra aos Senhores Vereadores para manifestarem-se sobre a presente
homenagem. O Vereador João Dib, como proponente e em nome das Bancadas do PPR,
PMDB, PP e PSDB, saudou as diversas mães presentes no Plenário, discorrendo
sobre o histórico da data ora comemorada e homenageando especialmente a Senhora
sua mãe. O Vereador Wilton Araújo, em nome da Bancada do PDT, lembrando o
histórico da data do Dia das Mães, congratulou-se com todas estas presentes no
Plenário, lembrando os Clubes de Mães e as professoras da ACM. A Vereadora
Maria do Rosário, em nome da Bancada do PT, destacou a importância do papel
desempenhado pelas mães no seio familiar, ressaltando a grande responsabilidade
que essa condição impõe a todas as mulheres. O Vereador Paulo Brum, em nome da
Bancada do PTB, falou sobre a sublimidade do amor materno, agradecendo
especialmente pela dedicação de sua mãe e da Senhora sua esposa, presentes no
Plenário. O Vereador Lauro Hagemann, em nome da Bancada do PPS, congratulou-se
com todas as mães presentes no Plenário, destacando o papel das mulheres na
construção de uma nova cidadania. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da
Bancada do PFL, destacou o exemplo dignificante da maternidade como modelo de
altruismo, fraternidade e responsabilidade, congratulando-se com as mães
presentes na ocasião. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao
Senhor Harold Behrends, que em nome da Associação Cristã de Moços, discorreu
sobre a data ora comemorada, congratulando-se com todas as mães presentes no
Plenário. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Ruth Brum,
que faz parte do Clube de Mães São Luiz e foi eleita a Mãe do Ano, que
agradeceu a presente homenagem à Casa e, em especial, ao Vereador João Dib,
congratulando-se com todas as mães presentes no Plenário. Na oportunidade, o
Senhor Presidente registrou a presença de alunos e professores da ACM e, também,
o recebimento de correspondências do Senhor Firmino Cardoso, representante da
Associação Riograndense de Imprensa. Às dezoito horas e vinte minutos, nada
mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
agradecendo a presença de todos e convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelo Vereador Mário Fraga e secretariados pelo Vereador Clóvis
Ilgenfritz. Do que eu, Clóvis Ilgenfritz , 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
(Obs.: A Ata digitada nos Anais é cópia fiel do documento original.)
O SR. PRESIDENTE (Mário
Fraga):
Damos por abertos os trabalhos da Sessão Solene destinada a homenagear as mães
no seu dia, conforme Requerimento nº 25/95, de autoria do Ver. João Dib.
Queremos registrar a composição da Mesa: Ver. Mário Fraga, 1º
Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Sra. Lina Targa,
representante da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado; Sr. Haroldo Behrends,
Presidente da ACM; e Ver. Paulo Brum.
Esta Sessão Solene é em homenagem às diversas mães presentes, mas
gostaríamos de ressaltar que fazemos esta homenagem a todas as mães: Sra. Flora
Fagundes Ruas, mãe do Ver. Pedro Ruas; Sra. Alda Pinto Fraga, mãe do Ver. Mário
Fraga; Sra. Eloi dos Santos, mãe do Ver. Nereu D'Ávila; Sra. Eni Araújo, mãe do
Ver. Wilton Araújo; Sra. Estela Behrends, esposa do Sr. Harold Behrends, da
ACM; Sra. Júlia Dib, mãe do Vereador proponente, Ver. João Dib; a nossa
Jornalista Otília Souza, convidada especial; e a esposa do Ver. Edi Morelli,
Sra. Suzi Morelli.
Com a palavra, o proponente da homenagem, Ver. João Dib, que falará
pelas Bancadas do PPR, do PMDB, do PP e do PSDB.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) Meus Senhores e minhas Senhoras,
Mães. Eu havia escrito um discurso para que poetas, escritores pudessem dizer o
que pensam. Mas uma pessoa que eu amo muito e respeito muito me disse: -
"Dib, fala com teu coração. Esquece os poetas, esquece os
escritores." Eu aceitei a idéia e desde logo ficou um problema: o coração
não fala; o coração sente. Então, ficou um pouco difícil deixar o coração falar,
mas, dentro das emoções que o Dia das Mães nos traz, eu vou tentar dizer alguma
coisa.
Quero dizer que, desde 1973, a então Vera. Derci Furtado e eu fazíamos
pela primeira vez uma homenagem às mães na Câmara Municipal de Porto Alegre, já
que a primeira comemoração do Dia das Mães se fez em Porto Alegre por
iniciativa da ACM, em solenidade presidida por Aldo Moreira, sendo orador
oficial Júlio Rosa de Almeida, há mais de quatro décadas. Em maio de 1932 é que
Getúlio Vargas oficializou o Dia das Mães no Brasil.
Mas, se eu disse que era para o coração falar, a coisa ficou
extremamente difícil. Eu lembro da minha infância. Talvez tivesse uns cinco,
seis anos, e claro que todos os meninos com cinco, seis anos acham o seu pai o
homem mais forte do mundo, e eu via um dia meu pai na cama e, escondido atrás
da porta, eu ouvia o meu pai sentindo dores e falava em árabe, que era a sua
língua natal, já que ele era libanês, como minha mãe. Ele clamava pela sua mãe,
e aí entendi que o mais importante era realmente a mãe, e aquele momento ficou
marcado para mim. O meu pai, na hora de dificuldade, na hora da dor, nas horas
de medo, chamava a sua mãe, e, nós, filhos, muitas vezes esquecemos de chamar a
nossa mãe. A minha mãe, a Dona Júlia, que ali está, não muda nunca. Continua me
dizendo e me ensinando que as pessoas inteligentes não envelhecem - acumulam
juventude e usam toda a força da experiência acumulada com o vigor da
juventude. E muitas vezes, neste Plenário, tenho repetido o que a minha mãe me
ensinou. Ela não é culta, mas é extremamente inteligente. Já me disse coisas
maravilhosas. Por exemplo: "Um minuto de felicidade na vida vale uma
vida." Talvez não tivesse dito com essas palavras, mas pude sintetizar o
seu pensamento. Digo o que todos os Vereadores gostariam de dizer às suas mães:
- "Eu gosto muito da senhora. A senhora é responsável por todas as coisas
boas que fiz e, mais do que isso, a senhora é responsável pelos erros que não
cometi, porque os erros cometidos são mais graves do que a gente possa pretender."
Eu disse que eu iria falar de coração, mas a esta altura ficou difícil,
porque o coração não fala: sente. Já não sei mais o que dizer, mas, como filho
e pai, tenho que dizer que as mães nasceram para perdoar, e eu, como todos os
filhos, tenho que pedir perdão a minha mãe porque, como todos os filhos, também
cometi erros e proporcionei inquietações para minha mãe, trouxe problemas, mas
ela, que não envelhece, soube sempre me perdoar e relevar as minhas falhas e
até me ensinar como proceder corretamente.
Quero também deixar um abraço às mães dos Vereadores que estão aqui
presentes e vão receber uma lembrança nossa. Quero deixar um abraço especial
para a Dona Estela, que é esposa do Presidente da ACM - meu colega Ruy Behrends
-, que vai, também, receber uma lembrança nossa, à Dona Pedrina, que é
chamada a "Mãe do Rio Grande do
Sul", e dizer que nós estamos muito felizes porque a ACM, por proposição
do Ver. Wilton Araújo, está somando esforços conosco em homenagem às nossas
mães.
Gostaria de convidar a todos para que, no domingo, às 9h30min, no Largo
Edgar Koetz, estejam presentes, pois a Câmara, junto com a ACM, vai colocar lá,
no Monumento à Mãe, feito há dez anos, uma corbelha. Portanto, às mães de Porto
Alegre, às mães do Rio Grande, às mães anônimas, o nosso abraço, o nosso
carinho e o nosso profundo respeito, respeito que deveria ser tributado todos
os dias. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Gostaríamos de registrar as
presenças dos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Luiz Braz, Pedro Ruas e Nereu
D'Ávila, aproveitando este momento para agradecer a presença dos alunos e
professores da ACM.
O Ver. Wilton Araújo está com a palavra pela Bancada do PDT.
O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais pessoas presentes.) Como
disse o Ver. João Dib, falar sobre as mães é, antes de tudo, deixar transbordar
o coração, deixar com que ele sinta essa manifestação dos filhos, dos alunos
que estão aqui hoje para homenagear as suas mães, muitas delas representadas
pelos professores, principalmente pelas professoras da ACM.
Falar sobre as mães recorda-me a ACM, o tempo em que eu estive na ACM,
como eles hoje estão na ACM, o tempo em que eu fazia classe. Deixavam a ACM
produzir a informação e a formação, assim como faz hoje com eles, um auxílio
cotidiano, um trabalho importantíssimo, fundamental, que as mães exercem na
nossa sociedade hoje.
Mas o coração tem que dar um pouco de lugar à razão, porque é função e
desejo meu recordar a participação fundamental da ACM na introdução do Dia das
Mães no Brasil. Por isso, leio:
"A comemoração surgiu nos Estados Unidos em 10 de maio de 1908 em
caráter público. No ano anterior, em 1907, já havia ocorrido em caráter privado
e teve como primeira organizadora a Sra. Anne Jarves. No Brasil, as
comemorações alusivas ao Dia das Mães foram introduzidas pela Associação Cristã
de Moços de Porto Alegre em 12 de maio de 1918, em ato coordenado pelo então
Secretário-Geral da ACM de Porto Alegre, Sr. Frank Long, e presidido pelo
escritor Álvaro, sendo oradora a poetisa Júlia Lopes de Almeida. A
oficialização do Dia das Mães ocorreria a partir da iniciativa da Sra. Alice de
Toledo Tibiriçá, Presidente do 'II Congresso Internacional Feminista', a qual
encaminhou correspondência ao Chefe do Governo Provisório, Dr. Getúlio
Dornelles Vargas, solicitando que fosse fixada no segundo domingo de maio a
data para as comemorações. Assim foi fixado, através do Decreto de 05 de maio
de 32, o Dia das Mães, no segundo domingo do mês de maio."
Registramos esses aspectos para resgatar o papel fundamental
desempenhado pela Associação Cristã de Moços.
O Dia das Mães, modernamente, estabelece não apenas um momento de
reencontro das famílias, o que é salutar, mas propicia uma reflexão sobre o papel
da mulher na sociedade atual, não raro sobrecarregada pelos papéis que, cada
vez mais, acumula: o de mãe, esposa e trabalhadora. Sobre essa realidade das
mães hoje, leio uma reflexão proposta pela Associação Cristã de Moços, através
do "Caderno de temas para reflexão": "Hoje a mãe tem a função,
mais do que no lar, mais do que em casa, mais do que criar os filhos,
educá-los, a função social de sustentá-los ou ajudar a sustentar numa sociedade
agressiva, para não dizer outra palavra, desumana, socialmente injusta, que
gostaríamos de transformar, creio que todos. Esse papel da mãe como
trabalhadora, além de educadora, hoje se transforma na sua principal tarefa,
porque sem ela, a mãe, os lares brasileiros não alcançam o mínimo para o
sustento da família - por isso se faz mais importante para os filhos
ainda."
A importância dessa reflexão da transformação que a mulher vem
impulsionando na sociedade, nas suas transformações enquanto mulher, transforma
toda a sociedade e é hoje mais um ponto para reflexão. Os nossos queridos
Clubes de Mães fazem esta reflexão todas as semanas. A sociedade como um todo
se vê obrigada a fazê-la também, mas o tema, um pouco apaixonante, é um pouco
pesado para uma homenagem.
Gostaria de, antes de finalizar, simbolizar nas duas mães que hoje
estão aqui - a minha mãe, Dona Eni, e a minha mulher, mãe dos meus filhos, a
Carmem -, todo o sentimento de gratidão, de reconhecimento pelas falhas que
cometemos, sempre no intuito de acertar; elas sempre prontas a perdoar, a nos
conduzirem a um caminho mais correto, mais certo, mais justo. Merecem. E, em
nome delas, homenageio a todas as mães que estão aqui e às que não puderam aqui
estar, que estão trabalhando, levando o sustendo para casa, executando suas
tarefas. A elas o nosso mais profundo sentimento de reconhecimento pelo
trabalho que executam no seu cotidiano. E a essas duas, em especial, o meu
amor, o meu beijo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Presidente dos trabalhos
saúda também, neste momento, a esposa do Ver. Nereu D'Ávila, Dona Sônia
Pacheco, e a esposa do Ver. Wilton Araújo, Dona Carmem.
A Vera. Maria do Rosário, pela Bancada do PT, está com a palavra.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Exmo. Sr. Presidente, Ver.
Mário Fraga. (Saúda os demais componentes da Mesa.) Senhoras mães, Senhoras
filhas, Senhores filhos, Ver. João Dib, proponente desta Sessão. Eu quero
dizer, em nome do Partido dos Trabalhadores, que este momento é muito
importante para esta Câmara na medida em que nos reunimos - mães, filhos e
filhas - e promovemos uma reflexão sobre o papel e sobre o ser mãe neste final
de século, neste final de milênio e, por que não dizer?, para quem está sentado
mais atrás, sobre ser filho neste final de século. A homenagem que queremos
prestar para as mães da nossa Cidade, do nosso Estado e do nosso País, ela
transcende, neste momento, o apelo comercial que se realiza em torno do Dia das
Mães. É uma homenagem que não tem presente, porque os presentes têm que ser
dados todos os dias, e o são quando apostamos e investimos num relacionamento
fraterno, num relacionamento amoroso, no convívio, que promovem o crescimento
de filhos, de mães e de pais, inaugurando novos momentos, um novo jeito e um
novo modo de família, que busca integrar a todos os seus membros numa responsabilidade
coletiva, participativa e consciente do papel diferente mas importante de cada
um nesse espaço, para que todos possamos crescer.
O nascimento de um filho, é certo, implica muitas mudanças na vida de
uma mulher. Tomara que possamos fazer sempre essas mudanças e essas opções com
o máximo de consciência e a melhor opção possível. Eu digo isso porque, ao lado
da homenagem que fazemos às mães, é importante destacar que ser mãe não é o
"padecer no paraíso", e nem o "paraisar no padecimento",
mas é de fato o assumir de uma responsabilidade. E eu quero lembrar a todos
nós, nesta minha fala, quantas e quantas pessoas assumem essa responsabilidade
sem que verdadeiramente tenha sido realizada uma opção, a mais consciente
possível. Penso especialmente nas nossas jovens, nos nossos jovens que
precocemente, muitas vezes, assumem uma família porque não tiveram, do ponto de
vista social, a possibilidade de fazer uma opção diferente.
Neste dia, eu quero dizer que a melhor homenagem que nós podemos fazer
às nossas mães é repetir muito do que elas fizeram conosco, nos transformando
em cidadãos responsáveis, cumpridores dos nossos deveres, com responsabilidade
social, com amor e capacidade de nos dedicarmos às causas que abraçamos com
convicção, consciência e desprendimento. Está cada vez mais colocada a
necessidade de que a maternidade e a paternidade sejam feitas com opções
conscientes. Quero lembrar também, nesta fala, aquelas mães que todos os dias
saem para seu trabalho, mas que não têm o mínimo apoio social para dividir essa
responsabilidade. É certo que todos nós nos preocupamos com isso - são as
professoras que assumem uma sala de aula sem ter com quem deixar seus filhos,
são as comerciárias que não têm garantia do que a Constituição lhes assegura,
como o direito à creche, ao aleitamento, o que a legislação trabalhista lhes
assegura, que não têm sequer o direito assegurado na chamada "Lei do
Banquinho", de se sentarem durante um período do dia, especialmente no
período em que estão grávidas.
Eu quero lembrar as mulheres bancárias, as donas-de-casa, as pessoas
que, ao lado dos seus afazeres profissionais, sem abrir mão do seu crescimento
como pessoa na sociedade, seu crescimento profissional, assumem a
responsabilidade, tantas vezes, na forma solitária de serem mães e, em muitas
vezes, serem pais também. Quero dizer que, neste período histórico, o desafio
que está colocado para todos nós é inaugurarmos um novo jeito de olharmos para
a família, para a sociedade, exigirmos de todas as autoridades, nas diversas
esferas, nos diversos planos, a possibilidade de sermos mães com apoio social,
de sermos mães com a creche, com atendimento do posto de saúde, da escola
pública, mas, acima de tudo, com aquele apoio para que possamos fazer dos
nossos filhos cidadãos que cumpram com a sua responsabilidade na sociedade em
que vivemos.
Este momento é de extrema importância. A minha mãe não pôde estar aqui
- está com seus netos. Manda um abraço para todos, transmitido por mim, e onde
ela está, certamente, sabe que eu faria também uma homenagem especial a ela. A
mãe do Ver. Clovis Ilgenfritz está em Ijuí e também não pôde se fazer presente,
mas eu quero, abraçando cada uma das mães dos Srs. Vereadores e de vocês todos
que aqui estão, abraçando cada uma de vocês, abraçar a minha mãe, abraçar a
todas as mães e dizer que essa construção e essa homenagem são um desafio
porque têm que se fazer presentes, realidade, em todos os dias do ano, em todos
os momentos do ano, com um abraço que é fraterno, que é solidário e que é de
apoio naquelas ações que nós, os Vereadores, como autoridade e como cidadãos,
devemos desenvolver nesta Câmara para dar todo apoio às mulheres e às mães da
nossa Cidade. Um abraço a todas e obrigada. (Palmas.)
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa cumprimenta também a
esposa do Ver. Paulo Brum, Dona Rita Brum, que está presente entre nós.
O Ver. Paulo Brum está com a palavra para fazer a homenagem às mães. O
Ver. Paulo Brum fala pela Bancada do PTB.
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) Falo em meu nome e em nome da
Bancada do PTB, do Ver. Jocelin Azambuja, Ver. Luiz Braz e Ver. Edi Morelli.
Desde pequeno aprendi com minha querida mãe a respeitar e amar aquela
que, sem dúvida, representa a mãe de todos nós: Maria - Nossa Senhora, Mãe de
Deus, que, com seu exemplo de amor, nos ensina o valor da família. Acredito
que, com Maria, minha própria mãe aprendeu a obter forças quando eu, seu filho,
aos dezoito anos, fui para uma cadeira de rodas após um acidente de carro. Foi
com Maria que minha mãe conseguiu aumentar o seu amor e a sua compreensão por
um filho que já não era como antes. Apresentava muitas outras deficiências, o
que, mesmo assim, ela soube amar, quem sabe, até muito mais. Todas as mães que
diariamente trabalham para manter seus filhos, para oferecer a eles o que de
melhor têm de si, para dar aos filhos as melhores oportunidades na vida sabem o
quanto é difícil nesses dias essa tarefa. Imaginem aquelas que, com filhos
deficientes, têm as mesmas dificuldades de todas e muitas outras. Se uma vibra
quando o filho diz, pela primeira vez, a palavra "mãe", imaginem
aquela cujo filho nasceu deficiente e que jamais poderá dizer tal palavra.
Pensem sobre o amor destas mulheres: mães de pessoas cegas, mães de surdos, de
paraplégicos, de deficientes mentais. Sintam o infinito amor dessas mulheres
que, como todas as outras, sonham com a beleza infinita do momento de ser mãe,
e a vida lhes proporciona um filho deficiente.
Nesta homenagem às mães, quero, de público, agradecer por todo o amor
que a minha própria mãe me dedicou, pois, sem ele, não sei o que seria de mim.
Quero homenagear todas aquelas mulheres que, tendo sonhado com um filho como
todos os outros, são mães de pessoas portadoras de deficiência, e quero, senhores,
senhoras, Sr. Presidente, finalmente, homenagear, na pessoa de minha querida
esposa, todas as mães, de coração, que são aquelas que, mesmo não tendo gerado
uma criança, assumem o papel de mãe com um amor talvez redobrado pela
responsabilidade de cuidar de uma criança colocada por Deus em seus braços,
oferecendo a ela uma vida digna, cheia de carinho, mostrando o verdadeiro
sentido do bem-viver. Sabemos, minha esposa Rita e eu, o quanto a nossa
Palominha nos enche de felicidade.
Que esta homenagem seja para todas as mulheres que vencem todas as
barreiras, que seguem no maravilhoso sonho materno de oferecer aos filhos um
mundo melhor. Que o amor norteie os nossos caminhos, assim como aprendemos com
Maria como vivermos e como queremos o mundo. Felicidades, mamães! Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann, que
falará em nome do PPS, está com a palavra.
O SR. LAURO HAGEMANN: Prezado Ver. Mário Fraga,
Presidente desta Sessão. (Saúda os demais componentes da Mesa.) Srs.
Vereadores, Senhoras e Senhores. A carga de emotividade numa Sessão como esta é
muito grande, e qualquer orador, principalmente de cabelo branco, que não tiver
um pouco de cuidado, pode proporcionar momentos de vexame, mas bendito vexame:
homenagear a mãe-mulher ou a mulher-mãe. É isso que estamos fazendo hoje, aqui.
Num país como o nosso, em que a maioria da população é mulher, esta homenagem
tem um significado muito especial.
A mulher hoje, neste País, no quadro que estamos atravessando, tem um
papel fundamental na construção de uma nova sociedade sob os mais variados
aspectos, e, felizmente, parece que as nossas mulheres, as nossas mães estão
tendo essa compreensão. Se nós, homens, estamos, por vezes, nos desviando, nos
extraviando, elas mantêm os dois pés firmemente assentados no chão e muitas
vezes nos puxam de volta para a realidade. Esse é o papel que devemos
reconhecer às mulheres, às mães, principalmente. Neste processo de violência
desenfreada em que está vivendo a sociedade, a mãe tem também um papel
fundamental: ensinar os filhos a não serem violentos, a agirem com bravura, com
muito carinho, para que não se reproduza essa violência.
Mas não posso ficar só na emotividade, porque o dia de hoje, esta
Sessão, impõe-nos esta reflexão profunda: o papel político da mulher, a mulher
operária, a mulher funcionária desta Casa - temos em grande quantidade -, a
mulher professora, a mulher dona-de-casa. Todas têm um papel muito importante a
desempenhar politicamente na correção de rumos do País, que está partindo para
um ponto muito perigoso. Apenas quero referir-me a uma das coisas que temos que
nos alertar: a aposentadoria da mulher, da mãe-mulher. Estão querendo inverter
o processo. A insensibilidade dos nossos governantes está produzindo um crime
de lesa-pátria, fazendo com que as mulheres, as mulheres mães, as mulheres
donas-de-casa, as mulheres funcionárias trabalhem até à exaustão para terem
direito a uma miserável aposentadoria. É supremo despropósito quando a mulher
consegue se aposentar, tendo por companheiro alguém que desapareça antes dela,
e não pode acumular as duas aposentadorias. Ela tem que escolher uma das
aposentadorias justamente no fim da vida. Hoje, este lugar e esta ocasião são
propícios para refletirmos sobre isso.
O processo educacional e as nossas professoras: o que é feito do nosso
ensino? Se não é a mãe, em casa, a complementar os conhecimentos do filho,
teremos um futuro desastrado.
Queria encerrar esta minha breve alocução de homenagem às mães dizendo
que a melhor homenagem que posso prestar à minha mãe é me manter fiel aos
princípios socialistas que ela me ensinou sem saber e que eu procuro
reproduzir. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra pelo PFL.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) Ao saudar os componentes da Mesa,
saúdo também, em especial, duas pessoas, por dois significados especiais. De um
lado, saúdo a Dona Lígia, funcionária do meu gabinete, e todas as mulheres que
trabalham aqui na Casa, que nos dão o quinhão da sua contribuição. (Palmas.) A
Dona Lígia, que vem aqui na dupla condição de mãe e de avó, merece, nesta
ocasião, redobrada homenagem. De outro lado, homenageio a Dona Tila na figura
da liderança comunitária, Presidenta da Nova Restinga e dirigente de tantas
entidades assistenciais naquele conjunto modelar de Porto Alegre. Num
indispensável e imperdoável egoísmo, dirigindo-me a quem requereu a presente
Sessão, o Ver. João Dib, quero transmitir uma mensagem da minha mãe, Ruth da
Luz Pujol, que aqui não pôde comparecer por razões de enfermidade momentânea,
não grave, mas impeditiva para que ela aqui estivesse, e que lhe manda, Ver.
João Dib - ela, que é sua amiga pessoal -, um abraço respeitoso e os agradecimentos,
pedindo-lhe que o senhor compreenda a sua ausência, e a da mãe de meus filhos,
que por ela está zelando nesta hora, as duas, a Dona Ruth e a Maria Regina.
Presto também a minha homenagem à primeira, a minha mãe. A grande homenagem que
lhe faço diuturnamente é a de seguir as suas lições de desconsolo, de
determinação e de inconformidade da mulher que foi ao extremo de desafiar a
própria ciência para realizar o seu desejo de ter a alegria da maternidade. À
Dona Ruth a minha homenagem especial. A minha mulher e companheira Maria Regina
também homenageio, pela companheira fiel e dedicada que, com muita freqüência,
assume muito mais a responsabilidade da família do que eu próprio. O meu
compromisso renovado de ser leal com aquelas coisas que juntos acreditamos e
que nos fizeram e continuarão fazendo felizes sempre, pela harmonia de nossa
família e pelas convicções comuns que conjugamos e que se resumem em nossa
comum responsabilidade de homem e mulher, dividindo a responsabilidade de nossa
família.
A todos que estão presentes aqui, especialmente às senhoras, às mães e
às avós, eu, como representante do Partido da Frente Liberal, quero aduzir dois
breves comentários, até porque, depois de todas essas manifestações que tivemos
a oportunidade de ouvir, eu correria o risco inevitável de ser repetitivo. Não
querendo fazê-lo, vou, tão-somente, oferecer, não como crítica, não como
reparo, mas como uma breve correção, uma brevíssima consideração a respeito
daquela afirmação continuada que se ouviu no dia de hoje: que as mães, neste
período de mudança de século, precisam reassumir o seu papel importante e
decisivo na condução da luta para a conquista, a seus filhos e a seus próceres,
de uma sociedade fraterna, justa e igualitária. O breve reparo é que eu não acredito
que quem, ao longo de toda a história da humanidade, tem propiciado
permanentemente os mais eloqüentes, os mais profundos gestos de amor, possa,
nesta renovação de século, recriar a sua postura, quando esta postura tem sido,
ao longo do tempo, o ideal que todos nós aplaudimos, que todos nós
reverenciamos.
Então, como representante do Partido da Frente Liberal, eu quero
homenagear a todas as senhoras aqui presentes, a todas as mães, a todas as avós
e a todas aquelas que aqui não puderam estar e que são pelas senhoras
representadas, dizendo-lhes que é no exemplo do seu amor, do amor da revelação
e da criação, que nós todos, todos que têm responsabilidade social nesta
Cidade, neste Estado, neste País, neste mundo, precisamos não solicitar uma
redefinição, mas nos espelhar para a construção deste que é sabidamente o
desejo de todas as mães: o mundo onde o gesto do amor, que a maternidade
significa, seja a divisa, seja o hino e seja, sobretudo, o exercício e o
testemunho de todos os dias. Por isso, minhas senhoras, com as homenagens do
PFL, eu quero dizer-lhes, de coração, que um dia a sociedade haverá de evoluir
e que as suas manifestações e os seus exemplos dignificantes serão seguramente,
com toda a certeza, não mais que o gesto referenciado, mas serão o testemunho,
a confirmação. Muito obrigado a todos e as minhas homenagens.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com o consentimento do Ver.
Reginaldo Pujol, eu queria fazer uma homenagem à Dona Ernestina Finco, uma
lutadora da Vila Restinga de Porto Alegre. Meus Parabéns, Dona Ernestina, por
este dia.
Para finalizar, convidamos o Sr. Harold Behrends para que faça a sua
justa homenagem às mães. O Sr. Harold Behreds, Presidente da Associação Cristã
de Moços, está com a palavra.
O SR. HAROLD BEHRENDS: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) É uma honra para nós, da ACM,
receber esta homenagem da Câmara de Vereadores e para mim uma alegria especial
pela oportunidade de poder expressar, na condição de Presidente da Instituição,
a profunda admiração e respeito que temos pelo Legislativo de nossa Cidade.
Efetivamente, como muito apropriadamente expressou o ilustre Ver.
Wilton Araújo, foi a Associação Cristã de Moços de Porto Alegre quem
introduziu, há 77 anos, as comemorações relativas ao Dia das Mães no Brasil.
Nessa data, 12 de maio de 1918, igualmente promoveu o primeiro ato público em
Porto Alegre. A partir de então, a ACM procurou difundir o verdadeiro
significado dessa comemoração e ao longo dos anos procura mobilizar a sociedade
e promover a confraternização familiar.
Feito o registro, gostaria de comunicar a todos os presentes que para
assinalar e marcar, neste ano de 1995, a iniciativa do nosso 1º Secretário-Geral, Frank
Long, a Associação Cristã de Moços de Porto Alegre editou e distribuiu à rede
escolar de I e II graus, com o apoio da Secretaria Estadual da Educação, uma
singela publicação intitulada "Mãe: caderno de temas para reflexões",
que servirá para provocar um amplo debate entre alunos, professores e pais
sobre o significado da maternidade e paternidade, que queremos, como toda a
sociedade, cada vez mais responsável, pelo bem futuro das novas gerações.
A ACM tem, ainda, uma extensa lista de atividades programadas para
assinalar a passagem do Dia das Mães, da qual gostaria de destacar: - no
sábado, dia 13 de maio, no Parque Farroupilha, realizaremos um programa
denominado "Roda da Amamentação", em conjunto com a Secretaria
Municipal de Saúde, que visa a chamar a atenção para os benefícios do
aleitamento materno ao bebê, e terá a orientação de técnicos e profissionais
que atuam em nossas Unidades Assistenciais; - no domingo, dia 14 de maio, Dia
das Mães, estaremos depositando flores junto ao Monumento às Mães, que é uma
feliz iniciativa do ex-Prefeito e Ver. João Dib; - ainda no domingo, às 10h,
reuniremos pais, alunos, associados e convidados, no largo fronteiro à sede da
ACM, para o culto ecumênico dedicado às mães, buscando, com isso, resgatar o
verdadeiro sentido espiritual dessa homenagem; - e às 11h, no mesmo local, estaremos
firmando convênio com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente para adoção de
Praça Braga Pinheiro.
Para todas essas atividades, nos sentiremos honrados em poder contar
com a ilustre presença dos integrantes deste Legislativo Municipal e demais presentes.
Esta é, Srs. Vereadores, a nossa maneira de participar, de levar nossa
orientação, nossa proposta de ensino, de promover a integração e de atuar
comunitariamente.
Gostaria de registrar ainda o objetivo da ACM para este ano de 1995, e
que, em poucas palavras, resume e justifica nosso trabalho junto à comunidade
porto-alegrense, que é promover o entendimento entre as pessoas, visando à
participação no processo de mudança da sociedade, opondo-se aos preconceitos e
injustiças, como o preconizado na mensagem cristã.
Encerrando, envio a todas as queridas mães aqui presentes um carinhoso
abraço da ACM. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Jornalista Firmino Brito
Cardoso, Presidente da Associação Riograndense de Imprensa, manda um abraço a
todas as mães aqui presentes e para as que não estão presentes. Quebrando o
protocolo, Ver. João Dib, a "Mãe do Ano", Sra. Ruth Brum, que faz
parte do Clube de Mães São Luiz, que já foi "Mãe do Ano", gostaria de
agradecer em nome das mães. Está com a palavra a Sra. Ruth Brum.
A SRA. RUTH BRUM: A minha saudação à Mesa.
Sr. Presidente em exercício, quero agradecer ao Sr. Ver. João Dib. A sua
sensibilidade eu já conheço há muitos anos, quando convivi com o senhor na
Prefeitura de Porto Alegre, mas hoje eu quero agradecer em nome de todas as
mães e, principalmente, da nossa mãe do Rio Grande do Sul, que pertence ao meu
Clube de Mães.
Nós nos sentimos muito honradas por sermos lembradas pelos nossos
Vereadores. O senhor deve ter sido um filho muito bom, porque, apesar dos anos,
a sua sensibilidade não terminou. Muito obrigada, Sr. Vereador. Quero dizer às
senhoras mães de Vereadores que eu sou um pouco mãe de cada um deles aqui,
porque sou eu que ajudo no cafezinho, com a água quente para o chazinho. É com
muito carinho que trazemos os seus filhos aqui na Casa. Alguns Vereadores desta
Casa eu conheço desde criança, e com outros eu convivo há muito tempo. Parabéns
a todas as senhoras que colocaram no mundo os homens que convivem conosco nesta
Casa. Parabéns às nossas mães. E quero ressaltar duas: a mãe do Ver. João Dib e
a Élida, que, além de ser mãe, é mãe dos nossos excepcionais. O meu carinho e o
meu abraço a todas as senhoras. Parabéns, mais uma vez, aos Vereadores desta
Casa e ao senhor em particular. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Este Vereador-Presidente
dos trabalhos também agradece ao Ver. João Dib por ter proporcionado à minha
pessoa e à minha mãe este momento, onde minha mãe pode me ver, pela primeira
vez, trabalhando nesta Casa e trabalhando pela Cidade de Porto Alegre. Ver.
João Dib, muito obrigado. E para minha mãe, um beijão. Estou quebrando todos os
protocolos.
Agradecemos a presença de todos, e, se Deus quiser, no ano que vem
repetiremos este ato. Muito obrigado. Boa noite a todos.
Estão encerrados os trabalhos.
(Encerra-se a Sessão às 18h20min.)
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